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Amar é sempre ser vulnerável. Ame qualquer coisa e certamente o seu coração vai doer e talvez partir-se. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto , você não deve entregá-lo a ninguém , nem mesmo a um animal. Envolva-o cuidadosamente nos seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento, guarde-o na segurança do esquife do seu egoísmo. Mas nesse esquife – seguro , sem movimento , sem ar - ele vai mudar. Ele não vai partir-se – vai tornar- se indestrutível, impenetrável , irredimível. A alternativa a uma tragédia ou pelo menos ao risco de uma tragédia é a condenação. O único lugar além do céu onde se pode estar perfeitamente a salvo de todos os riscos e pertubações do amor é o inferno.» -
C.S. Lewis em “Os quatro amores”

Perceba o que disse Pablo Neruda

"Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando."

Numa das minhas aulas de canto por essa semana, me veio a mente a necessidade humana de ser amado. Até que ponto tal sentimento ou lástima nos é requerido de nós mesmos? Esse papo de que devemos nos amar é legal, argumentá-lo. Mas convivemos conosco o dia todo e sentimos uma necessidade de outra perspectiva a respeito de nós mesmo! Por vezes não suporto mais minha consciência apenas ditando meu comportamento, preciso me sentir olhado.
Alguém disse certa vez que a beleza se encontra nos olhos de quem a vê. Um quadro de Picasso só é belo depois de contemplado, se eu não conheço, não crio perspectivas...
Acho que é dessa necessidade que estou falando, Precisamos nos sentir desejados, amados, gostados, por outrem e não só por nossas perspectivas e consciência por isso o mundo caminhou a um exibicionismo; Queriam algo inerente a eles mesmos mas o egoísmo limitou-os aos prazeres próprios.